terça-feira, 24 de março de 2009

Criação

A obra prima de Deus.
Porque Deus fez o homem?
Sempre me perguntei sobre o porquê da criação do homem.
Não consegui engolir nenhuma das respostas teológicas e apologéticas e outras tantas éticas que tentaram me empurrar goela abaixo.
Mas, dou a mão à palmatória, pois elas me ajudaram a concluir racionalmente sobre a razão da criação humana.
Pode ser que muitos não concordem comigo, mas hoje sinto um alívio – livre – por pensar assim.
Um compositor escreve canções inéditas, um pintor dá vida às imagens que povoam seu imaginário, até mesmo um jogador de futebol é capaz de criar uma jogada inesperada do nada.
O denominador comum entre estes e aqueles é a inspiração. Sobre ela eu aprendi nos meus anos de cristão, pois a inspiração divina sobre o homem erigiu a obra prima da escrita: a Bíblia (minha convicção pessoal).
O que isso tem a ver com a criação do homem? É simples como uma lição de Jesus.
Ora, a maioria esmagadora dos catedráticos em teologia concorda que um dos fatores que identificam a imagem e semelhança do homem em relação a Deus é sua capacidade de criar, pensar, ser inventivo etc.
Por muito tempo, busquei a resposta da pergunta do início nos atributos de Deus, tentando entender tais mistérios ocultos das escrituras sagradas, que em certos momentos superam a capacidade do entendimento humano.
Muitos ainda continuarão procurando e espero que continuem. Paulo perseguiu tanto os cristãos, que encontrou o próprio Cristo face a face.
Bom, até aqui expus as problemáticas, pois estas são maiores que a conclusão. Deixe-me então responder a pergunta inicial – com a liberdade de interpretação das escrituras reconquistadas por Lutero – de acordo com o que aprendi sobre Deus.
Primeira questão: a resposta não está em Deus....
Calma! Baixem as tochas e deixem este suposto herege se explicar.
Se virmos as fotos de Leonardo da Vinci, podemos contemplar apenas sua aparência, sua forma, expressão registrada, beleza, feiúra etc. Não somos capaz de entende-lo através de sua simples imagem. Mas, se por outro lado deixamos o artista de lado e nos concentrarmos apenas em sua obra, aí sim podemos entendê-lo. No sorriso sarcástico/misterioso/complacente de Monalisa, percebemos seu lado provocativo, nos esquemas de suas invenções podemos admirar sua capacidade de improviso.
Ninguém sabe verdadeiramente quem é um escritor sem ter lido suas obras. Os Beatles só são os “Beatles” porque inovaram, inventaram e impressionaram o mundo com suas novas canções.
Creio que o mesmo processo me levou a compreender o ato da criação do homem, afinal porque um compositor compõe? Porque um pintor pinta? Porque um escritor escreve? Porque alguém cria algo?
O que acontece dentro de nós, seres humanos, para que sejamos capazes a realizar coisas tão fantásticas e admiráveis.
A resposta é simples: pura inspiração.
O que nos somos então? A ultima bolacha do pacote, os reis da cocada preta, os tais, os caras. Alto lá coroa da criação.
Voltamos então, nos que dizem os teólogos sobre “imagem e semelhança”. Que coisa impressionante são as palavras, pois nunca imaginei que em duas palavras existisse tanto contexto.
A Inspiração dos homens nada mais é do que o fruto da nossa imagem e semelhança com o criador, tal e qual está na Bíblia.
O que eu queria dizer desde o inicio é a resposta para a pergunta: Porque Deus criou o homem?
Inspiração....
Obrigado Senhor pela inspiração que me deste pois tu me criaste por tuas próprias mãos, obrigado por ter sido a coroa da tua criação, obrigado pela liberdade de pensar e criar.
Posso dizer então que o homem foi criado porque Deus é um genuíno Artista e o homem, a sua obra prima, fruto da inspiração divina pura da qual compartilhamos pela simples generosidade do Autor da Vida.
Amém.

© Diogo Pereira

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